Infertilidade feminina

A reprodução humana é um tema de grande complexidade, abrangendo aspectos sociais, econômicos, psicológicos e emocionais. Essa área desempenha um papel fundamental na perpetuação da vida no planeta, o que tem motivado um crescente interesse do ser humano em estudá-la por meio da ciência e da tecnologia.

Durante muitos séculos, a infertilidade do casal foi erroneamente atribuída exclusivamente à mulher, o que frequentemente resultava em discriminação. No entanto, à medida que a ciência progrediu, ficou evidente que a infertilidade também pode ser atribuída em parte ao homem, desencadeando assim mudanças significativas na sociedade.

Através de extensas pesquisas, muitas das causas de infertilidade, tanto femininas quanto masculinas, foram identificadas. Agora possuímos um profundo conhecimento sobre a infertilidade e suas origens, o que resultou no desenvolvimento de exames diagnósticos, tratamentos clínicos e técnicas avançadas de reprodução assistida para casos onde o tratamento convencional não é eficaz. É importante distinguir entre infertilidade e esterilidade: a infertilidade refere-se à dificuldade de conceber, podendo ser tratada, enquanto a esterilidade é a impossibilidade de concepção, que ocorre, por exemplo, durante a menopausa em mulheres.

Atualmente, casais inférteis têm acesso a uma ampla gama de recursos fornecidos pela medicina reprodutiva para auxiliá-los a alcançar a tão desejada gravidez.

Estima-se que a infertilidade feminina seja responsável por 30% dos casos de infertilidade pelo mundo.

Causas da infertilidade feminina

As causas da infertilidade feminina abrangem doenças ou problemas no sistema reprodutor, distúrbios hormonais, heranças genéticas, procedimentos cirúrgicos, idade e hábitos de vida:

Doenças ou problemas no sistema reprodutor

Algumas doenças e problemas no sistema reprodutor podem causar a infertilidade, pois afetam um ou mais órgãos, prejudicando alguma etapa importante da concepção, desde a estimulação dos folículos e óvulos até o nascimento da criança.

Cada órgão do sistema reprodutor pode apresentar um problema específico. O útero e o endométrio, camada interna do útero, podem ser afetados pela endometriose, por miomas, pólipos e sinéquias uterinas. Essas doenças provocam alterações na cavidade uterina e causam danos no endométrio, dificultando, às vezes inviabilizando, a fixação do embrião na parede do útero. Alguns exames podem revelar essas doenças: ultrassonografia pélvica, histerossalpingografia, videohisteroscopia, entre outros.

Já os ovários podem sofrer a ação da Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP), que pode levar à anovulação crônica, quando a mulher não ovula no ciclo menstrual. Essa doença é identificada pela ultrassonografia pélvica.

As trompas também podem ser afetadas por doenças, como a endometriose e infecções bacterianas, danificando a sua estrutura e funcionalidade, que podem prejudicar a captação e o transporte do óvulo. As trompas podem ser avaliadas, principalmente, pela histerossalpingografia.

Distúrbios hormonais

O corpo feminino produz muitos hormônios. Para a reprodução, os principais são o hormônio foliculoestimulante (FSH), responsável pelo desenvolvimento dos folículos em determinado momento do ciclo menstrual, o hormônio luteinizante (LH), responsável pela ovulação, e o estradiol, que tem algumas funções, como também auxiliar no crescimento dos folículos e tornar o endométrio mais espesso para receber o embrião. Alterações nos níveis desses hormônios podem dificultar a gravidez.

Para analisar os níveis desses hormônios no corpo feminino, o médico solicita várias dosagens hormonais.

Genética

A genética tem sido uma área de grande avanço nas últimas décadas. Com a conclusão do projeto genoma em 2003, a análise genética tornou-se uma ferramenta importante no combate à infertilidade, pois certas alterações cromossômicas podem causar uma série de condições que levam à infertilidade.

Uma das principais formas de prever problemas genéticos na concepção é investigar o histórico clínico e familiar da paciente, além de realizar exames como o cariótipo. Essas abordagens ajudam a identificar possíveis anormalidades genéticas que possam afetar a fertilidade e permitem um planejamento mais adequado para o tratamento. 

 

Cirurgias

Alguns procedimentos cirúrgicos mal executados podem resultar em infertilidade. No entanto, em certos casos, as mulheres podem optar conscientemente por abrir mão da fertilidade. Nesses casos, é possível realizar a ligadura das trompas, um procedimento que impede a fertilização, impedindo o encontro do espermatozoide com o óvulo.

Hábitos de vida e idade

Além dos demais fatores, é importante ressaltar que a capacidade reprodutiva das mulheres diminui gradualmente ao longo da vida. Esse declínio é mais acentuado a partir dos 35 anos e cessa completamente durante a menopausa.

Além disso, alguns hábitos de vida podem dificultar a concepção, tais como o sedentarismo, o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, o tabagismo e a obesidade.

 

A reprodução assistida e a infertilidade feminina

Um especialista em reprodução humana é o profissional capacitado para realizar as avaliações necessárias, diagnosticar a infertilidade e propor o tratamento adequado. Caso esteja enfrentando dificuldades para engravidar, é recomendado buscar orientação.

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